Esses desafios foram enfrentados pela estudante Alexandra Lopes, de 19 anos, quando ela decidiu sair de Braga, em Portugal, no ano passado, para estudar Produção de filmes e TV na University of Hertfordshire, no Reino Unido. “A maior preocupação — em geral, e também foi a minha — é ir para um outro país e ficar completamente sozinho, não conseguir fazer amigos e não se habituar à vida lá”, conta. “Mas me adaptei muito bem e fiz amizades para uma vida inteira.”
Segundo ela, muitos desses receios precisam ser desmistificados. “Se o estudante for com a mente aberta e estiver disposto a interagir e conhecer novas pessoas, ele vai criar laços muito facilmente”. Ela lembra que nas universidades do Reino Unido há muitos alunos internacionais e todos estão na mesma situação, distantes de casa, o que favorece o estabelecimento de conexões muito fortes entre as pessoas.
Em relação ao “choque cultural”, ela diz que são várias culturas convivendo, e o ambiente é de harmonia e curiosidade em relação às diferentes culturas e hábitos, e não no sentido de considerar uma cultura superior a outras. “Vejo as pessoas interessadas em saber mais sobre como é a vida em outros países, mas sempre com muito respeito e disposição em descobrir coisas novas”.
Imaginar que o curso de graduação será muito difícil é outro mito, de acordo com Alexandra. “No meu caso, o ensino médio foi muito mais puxado do que a universidade está sendo. Na Inglaterra, os cursos são muito práticos, a gente aprende os conteúdos e já aplica, e eles se focam no que é realmente importante saber para aquela determinada área. Não há disciplinas desnecessárias, e isso nos leva a nos empenhar mais.”
Em relação à questão da língua, para aqueles que têm dificuldade, ela recomenda ouvir muito o inglês, seja em músicas, vídeos do YouTube, filmes ou séries. “Isso ajuda bastante, mas é preciso prestar bastante atenção no que se está ouvindo. Ler em inglês também é uma forma de ganhar mais domínio no idioma”.
Para Alexandra, é importante ter em mente que nenhum caminho é fácil, mesmo quando a pessoa permanece no seu país de origem, e que as dificuldades surgem, mas com foco e um objetivo em mente, é possível superá-las. “Nem tudo é um mar de rosas, vai ser preciso se esforçar e fazer alguns sacrifícios. Arranjar um trabalho part time, por exemplo, se você não está em Londres, pode ser mais difícil, mas é preciso ter determinação e não desistir”, afirma. “Estudar fora tem enormes vantagens, como se socializar com pessoas diferentes, conhecer mais do mundo e se preparar melhor para a vida profissional. Ajuda a entrar na vida adulta, cuidar de si, estudar e trabalhar. É um crescimento muito grande acadêmico e também pessoal. Quem tem essa oportunidade, deve aproveitá-la”.